It's Okay To Not Be Okay é um drama sul-coreano produzido pela tvN, contém 16 episódios com 1 hora e 15 minutos de duração cada e está disponível na Netflix com o título traduzido para Tudo Bem Não Ser Normal. Dirigido por Park Shin Woo e com reotiero da Jo Yong.
A trama gira em torno da Moon Young, uma escritora de livros infantis que sofre de um transtorno de personalidade anti-social e não conhece o amor devido a forma que foi criada pela mãe, e Gang Tae, um assistente de saúde muito empático ao lidar com os pacientes na clínica psiquiátrica em que trabalha, que também ao cuidar de seu irmão mais velho autista, Sang Tae.
Esse drama foi a minha aposta para o segundo semestre e fiquei maravilhada por não estar errada, tanto que ele figurou no TOP10 da Netflix por várias semanas, tanto no Brasil como pelo mundo. Com um enredo que mescla muito bem o psicológico e comédia, além de uma boa dose de fantasia e romance. Foi fácil observar como a Coreia tem potencial ao abordar de forma verdadeira transtornos psicológicos e saúde mental.
Por causa do tema, já era de se esperar que os personagens não fossem os mais fáceis - nem de lidar ou entender. A começar pela escritora Moon Young, uma protagonista forte, quase como um trator passando por cima do que acha ser errado e também do que considerava ser o certo, tornando-se ambígua e impulsiva. Ela é capaz de nos levar do riso às lágrimas com sua mente ao criar histórias, inserindo nelas muito realismo e dor.
Moon Young conhece Gang Tae quando precisa visitar o pai que está internado na clínica psiquiátrica. É quase um amor à primeira vista ─ coisa do destino, como ela mesma diz ─, e para piorar, o irmão dele, Sang Tae, é apaixonado pelos livros dela, o que torna os encontros impossíveis de serem evitados.
E por falar nos livros, preparem-se para ser bombardeados por lindas historinhas animadas sendo desenvolvidas de acordo com o que os episódios querem revelar. São maravilhosas, ─ e se cabe uma referência literária aqui ─, eu senti muita vibe do Neil Gaiman ao longo da trama por conta do realismo mágico, dando muita vontade de adquirir todos os livros da Moon Young.
Claramente, eu não esperava que o retorno de Kim Soo Hyun às telas fosse com Gang Tae, um personagem de origem humilde com um peso gigante nas costas por criar o irmão mais velho após a morte da mãe, e muito menos que ele fosse se relacionar com uma mulher rica. Eu estava acostumada a vê-lo de terno e sendo soberbo, e não com camisas de uma única cor e calça jeans. Isso apenas mostrou como um ator com muitas facetas pode se tornar ainda melhor saindo da zona de conforto.
Gang Tae é cheio de qualidades, já que é isso que o torna tão atraente para Moon Young, mas também é uma pessoa que passou a vida toda se anulando e sendo o que achava que se esperava dele. Porém, ao longo da trama é nítido como ele e o irmão evoluem. E meu Deus, como falar do Sang Tae? Um personagem autista com uma inteligência e criatividade absurda, que apesar de viver em seu mundo particular, também é muito ciente do que acontece à sua volta. E com a chegada da Moon Young na vida deles, esse choque de realidade vai aumentar.
De forma alguma, o romance fica em segundo plano. Moon Young e Gang Tae tem uma química explosiva desde o primeiro episódio que se sustenta até o final. Com todos os problemas que existem entre eles, conseguem manter o interesse e até transpor alguns de maneira altruísta e saudável. Ninguém precisa se excluir para que caiba na vida do outro, se apoiam e a ajuda é mútua. Um casal que dá gosto de acompanhar.
Todos os personagens são maravilhosos e o crescimento deles é gigantesco; uma evolução bonita para todas as partes, mas principalmente para o Sang Tae que precisava se desenvolver e ter mais autonomia sobre a própria vida. Eu não conseguiria desenvolver pontos sem revelar em excesso, mas foi um drama coreano com o final mais redondo e emocionante.
O elenco secundário possui ótimos atores e algumas participações especiais. No hospital psiquiátrico é possível acompanhar diversas histórias de vida que apesar de não ganhar muito destaque aparecem quando necessário para condizer com o episódio. Um destaque especial para o diretor da clínica e o editor da Moon Young, que com um jeito debochado deram alívio cômico no momento certo.
O único ponto negativo são os furos no roteiro nas partes que envolviam a mãe da Moon Young. Fiquei aguardando um desenvolvimento maior dos motivos que a levaram a agir como agiu, se ela tinha de fato algum problema psicológico e como conseguiu despistar tantas pessoas por tanto tempo. Achei muito enrolado todo o mistério e quando apresentado foi insuficiente.
Citação: "Aquele que negligencia e faz vista grossa ao abuso é pior do que a pessoa que abusa."
A fotografia e cenografia são esplêndidas, algo que eu nem me admiro mais vindo da tvN. O adicional de ter uma animação inserida ali também deu um toque diferente, fazendo tanto a história do drama como a dos personagens se relacionarem. A trilha sonora sempre me fisga nas cenas mais emocionantes, o que tornou "In Silence" da Janet Suhh muito especial.
Eu senti a necessidade de recomeçar os episódios logo assim que terminavam, pois sempre ficava com a impressão de que não tinha absorvido tudo tamanha a intensidade de algumas cenas ou a mensagem que queriam passar. É uma dorama para assistir sem pressa, mas que também dá a necessidade de que é preciso ver os episódios de forma corrida, seja pelo gancho do final ou para saber como toda a trama vai se desenrolar.
Com certeza vou colocar It's Okay To Not Be Okay no meu TOP de 2020 pela forma como me emocionou e da importância do tema. Então se você está procurando um roteiro intenso com um toque de fantasia, personagens cativantes e que não deixam à desejar, acredito que esse drama coreano é para você.
A trama gira em torno da Moon Young, uma escritora de livros infantis que sofre de um transtorno de personalidade anti-social e não conhece o amor devido a forma que foi criada pela mãe, e Gang Tae, um assistente de saúde muito empático ao lidar com os pacientes na clínica psiquiátrica em que trabalha, que também ao cuidar de seu irmão mais velho autista, Sang Tae.
Esse drama foi a minha aposta para o segundo semestre e fiquei maravilhada por não estar errada, tanto que ele figurou no TOP10 da Netflix por várias semanas, tanto no Brasil como pelo mundo. Com um enredo que mescla muito bem o psicológico e comédia, além de uma boa dose de fantasia e romance. Foi fácil observar como a Coreia tem potencial ao abordar de forma verdadeira transtornos psicológicos e saúde mental.
Por causa do tema, já era de se esperar que os personagens não fossem os mais fáceis - nem de lidar ou entender. A começar pela escritora Moon Young, uma protagonista forte, quase como um trator passando por cima do que acha ser errado e também do que considerava ser o certo, tornando-se ambígua e impulsiva. Ela é capaz de nos levar do riso às lágrimas com sua mente ao criar histórias, inserindo nelas muito realismo e dor.
Moon Young conhece Gang Tae quando precisa visitar o pai que está internado na clínica psiquiátrica. É quase um amor à primeira vista ─ coisa do destino, como ela mesma diz ─, e para piorar, o irmão dele, Sang Tae, é apaixonado pelos livros dela, o que torna os encontros impossíveis de serem evitados.
E por falar nos livros, preparem-se para ser bombardeados por lindas historinhas animadas sendo desenvolvidas de acordo com o que os episódios querem revelar. São maravilhosas, ─ e se cabe uma referência literária aqui ─, eu senti muita vibe do Neil Gaiman ao longo da trama por conta do realismo mágico, dando muita vontade de adquirir todos os livros da Moon Young.
Claramente, eu não esperava que o retorno de Kim Soo Hyun às telas fosse com Gang Tae, um personagem de origem humilde com um peso gigante nas costas por criar o irmão mais velho após a morte da mãe, e muito menos que ele fosse se relacionar com uma mulher rica. Eu estava acostumada a vê-lo de terno e sendo soberbo, e não com camisas de uma única cor e calça jeans. Isso apenas mostrou como um ator com muitas facetas pode se tornar ainda melhor saindo da zona de conforto.
Gang Tae é cheio de qualidades, já que é isso que o torna tão atraente para Moon Young, mas também é uma pessoa que passou a vida toda se anulando e sendo o que achava que se esperava dele. Porém, ao longo da trama é nítido como ele e o irmão evoluem. E meu Deus, como falar do Sang Tae? Um personagem autista com uma inteligência e criatividade absurda, que apesar de viver em seu mundo particular, também é muito ciente do que acontece à sua volta. E com a chegada da Moon Young na vida deles, esse choque de realidade vai aumentar.
De forma alguma, o romance fica em segundo plano. Moon Young e Gang Tae tem uma química explosiva desde o primeiro episódio que se sustenta até o final. Com todos os problemas que existem entre eles, conseguem manter o interesse e até transpor alguns de maneira altruísta e saudável. Ninguém precisa se excluir para que caiba na vida do outro, se apoiam e a ajuda é mútua. Um casal que dá gosto de acompanhar.
Todos os personagens são maravilhosos e o crescimento deles é gigantesco; uma evolução bonita para todas as partes, mas principalmente para o Sang Tae que precisava se desenvolver e ter mais autonomia sobre a própria vida. Eu não conseguiria desenvolver pontos sem revelar em excesso, mas foi um drama coreano com o final mais redondo e emocionante.
O elenco secundário possui ótimos atores e algumas participações especiais. No hospital psiquiátrico é possível acompanhar diversas histórias de vida que apesar de não ganhar muito destaque aparecem quando necessário para condizer com o episódio. Um destaque especial para o diretor da clínica e o editor da Moon Young, que com um jeito debochado deram alívio cômico no momento certo.
O único ponto negativo são os furos no roteiro nas partes que envolviam a mãe da Moon Young. Fiquei aguardando um desenvolvimento maior dos motivos que a levaram a agir como agiu, se ela tinha de fato algum problema psicológico e como conseguiu despistar tantas pessoas por tanto tempo. Achei muito enrolado todo o mistério e quando apresentado foi insuficiente.
Citação: "Aquele que negligencia e faz vista grossa ao abuso é pior do que a pessoa que abusa."
A fotografia e cenografia são esplêndidas, algo que eu nem me admiro mais vindo da tvN. O adicional de ter uma animação inserida ali também deu um toque diferente, fazendo tanto a história do drama como a dos personagens se relacionarem. A trilha sonora sempre me fisga nas cenas mais emocionantes, o que tornou "In Silence" da Janet Suhh muito especial.
Eu senti a necessidade de recomeçar os episódios logo assim que terminavam, pois sempre ficava com a impressão de que não tinha absorvido tudo tamanha a intensidade de algumas cenas ou a mensagem que queriam passar. É uma dorama para assistir sem pressa, mas que também dá a necessidade de que é preciso ver os episódios de forma corrida, seja pelo gancho do final ou para saber como toda a trama vai se desenrolar.
Com certeza vou colocar It's Okay To Not Be Okay no meu TOP de 2020 pela forma como me emocionou e da importância do tema. Então se você está procurando um roteiro intenso com um toque de fantasia, personagens cativantes e que não deixam à desejar, acredito que esse drama coreano é para você.
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