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Good Bye, My Princess chinese drama review
Completed
Good Bye, My Princess
0 people found this review helpful
by Seoran
Sep 2, 2023
52 of 52 episodes seen
Completed
Overall 7.5
Story 6.0
Acting/Cast 8.0
Music 9.0
Rewatch Value 4.0
This review may contain spoilers

O drama não é sobre amor

Spoilers bem sutis.

Antes de começar a assistir este drama é importante saber disso. Eu também assisti a versão sem cortes. O drama passa uma prévia impressão, que se mantém no primeiro arco, de que a história é sobre o romance dos protagonistas. E tudo bem se você suspeitar que a trama será intensa e trágica, isso não seria um problema. A questão é que esse romance fica em segundo plano pela maior parte do drama.

O drama se utiliza do recurso de perda de memória para validar alguns conflitos e atitudes. Sinceramente não gosto muito deste recurso, mas ele poderia ter sido interessante se bem aproveitado e utilizado por um tempo viável, mas parece que só existe para respaldar a fragilidade dos conflitos.

A trama acaba focando numa vingança do principe herdeiro. Apesar desse enredo político não ser tão desinteressante, o tempo que ele consome do drama acaba se tornando massante. Outra coisa é que as motivações para essa vingança existem, são válidas, porém não são convincentes o suficiente para nós, que assistimos. É uma trama de vingança na qual o protagonista se envolve repentinamente, com conexões emocionais fracas. Por exemplo, se vingar por sua mãe com a qual sequer conviveu por um único ano. Ele cria o desejo de se vingar apenas depois de saber a verdade, após estar crescido e ter uma conversa com a tia. Se ele tivesse crescido sabendo que sua mãe foi injustiçada eu entenderia mais.

E não pára por ai. Mesmo quando ele é capaz de atingir seus objetivos, ele o faz deixando a pessoa que ele realmente ama no escuro. É aquela premissa que vemos em muitos dramas, do mocinho querendo poupar a mocinha de se envolver nos perigos do palácio, mas ele faz isso a maltratando, a fazendo acreditar seriamente que ele não a ama.

O arco inicial em si é um tanto absurdo, mas muito bom. A gente consegue empatizar com a princesa e compreender a dor dela, ao ponto de torcer exclusivamente por ela. Esse sentimento se mantém a trama toda. No entanto, o arco que separa o começo do fim do drama é muito longo e repleto de mal entendidos que se estendem por muito tempo com desculpas e embasamentos pouco sólidos.

Volto a dizer que não é sobre amor. Só se for sobre o amor entre irmãs, entre mulheres que se ajudaram no decorrer da trama. Essa parte eu achei muito comovente e digna de me tirar lágrimas. A dama de companhia da princesa é quem foi leal e preocupada com ela, até o fim. A outra dama de companhia dela também a compreendia e cuidava dela com sinceridade. A relação entre as mulheres é bem desenvolvida e digna de uma boa nota.
O drama retrata mulheres fortes e homens egoístas.
Nenhuma novidade né.

Posso até concluir que o drama é realista. Mas não é essa sua premissa quando ele se promove falando sobre o casal principal. Seria mais fiel se disesse que é sobre guerra, traições, políticas, disputas pelo trono. No meio de tudo isso, um romance trágico que de amor de verdade não tem nada. O príncipe não deixar a princesa ir embora não é bonito, não é porque ele a ama demais. É porque ele ama a si mesmo e quer prendê-la. Por esse amor que ele alega sentir, ele se sente no direito de afastá-la das pessoas que ela ama, mesmo que ele tenha que matar essas pessoas. Isso é surreal.
O tanto que essa princesa sofre por conta desse "amor" é bem surreal. De um modo que, mesmo que num momento, ela tente transmitir que não consegue odiar sinceramente o protagonista (ou que ainda o ama) isso acaba não fazendo muito sentido pra quem assiste. O romance de verdade, esse amor dela, só existe no primeiro arco. Depois de tudo o que acontece, quando tá perto do fim da trama, um simples argumento de "eu me odeio por não conseguir odiá-lo" não é o suficiente pra nos comover e sentir que sim, é verdade, exite amor entre eles.

Um detalhe curioso é que eu também não senti aquele click que a faz a gente perceber que o protagonista se apaixonou. No primeiro arco eu senti isso numa cena, mas no segundo, com ambos perdendo a memória, eu não senti esse click emocional em nenhuma das partes.

A trama teve seu foco num homem egoísta que fez tudo pelo poder que ele almejava, pelo trono e pela vingança. Fez de tudo, inclusive usar quem ele dizia amar, deixá-la no escuro (com a desculpa vazia de poupá-la) e pisar nela por mais de uma ou duas vezes. Pra só depois que ele conquistar tudo o que queria, surgir todo alegre achando que seria possível juntar os cacos que sobrou dessa princesa. Mas não dá pra juntar esses cacos.
E bom, parece que a trama se apropria da desculpa da perda de memória (de ambos) pra poder passar um pano. Mas não dá.
Isso não é amor. É manipulação, egoísmo, tortura psicológica, tudo menos amor de verdade. O príncipe insiste em perseguí-la porque tá pensando só em si mesmo, na própria felicidade e desejos, ele tá pouco se importando com o que ela quer, e isso é bem nítido na trama.
A gente acaba torcendo pra princesa ser feliz. A gente chega até a não se importar com o fato do romance não ser genuíno, e nos apegamos a ela, a uma princesa adorável pra quem a gente torce. Queremos ver ela superar seus obstáculos e ser feliz, com ou sem um amor. Esse é um bom ponto do drama.

No mais, o drama tem uma produção linda, personagens secundários cativantes, trilha sonora marcante, boas interpretações. Vale a pena assistir já preparado. Não espere um romance bonito, um amor verdadeiro. A trama romântica fica na maior parte do tempo em segundo plano, e o drama retrata um amor egoísta, idealizado e cruel. Mas para quem gosta de tramas políticas intensas é uma boa sugestão.
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