Chocolate tem uma vibe melancólica, sem sombra de dúvidas. Aliás, assisti os primeiros episódios com medo de que essa melancolia se transformasse em uma aura depressiva e trágica, já que a morte era um tema recorrente (e central) para a história. Rapidamente esse medo deixou de fazer sentido. A história foi tão bem executada que foi justamente essa melancolia que me prendeu completamente aos personagens e suas tramas. O drama tratou de temas sérios (doença, morte, decepção, trauma) de forma densa, profunda e extremamente madura. Para isso, o drama precisou de um ritmo lento que pode incomodar muitas pessoas. O que também ajudou a construir essa atmosfera mais madura e melancólica foi a fotografia, que é linda de se ver. Somo aqui elogios à produção fantástica desse drama, à trilha sonora perfeita ("Sweetest Thing" foi uma escolha e tanto) e atuações excelentes dos protagonistas e secundários.
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O que aconteceu nos últimos episódios?
Vincenzo é uma produção peculiar. No mesmo episódio em que te faz morrer de rir, destrói toda a sua esperança de um mundo melhor na base da violência e indignação. É um drama cujo tema principal é o crime e a impunidade, e o empoderamento do "cidadão comum" diante de um sistema injusto e que só favorece aqueles de moral duvidosa – algo que para nós, brasileiros, é comum em tramas de novela das nove ou das onze, principalmente da década de 2000, que geralmente têm tramas mais pesadas envolvendo crimes e nas quais o vilão sai impune. Só que ao mesmo tempo, Vincenzo entrega um núcleo cômico à altura das novelas das sete mais icônicas que já tivemos na TV brasileira.O ritmo da narrativa é bem interessante porque dosa bem a comédia, a ação e o drama. O começo é lento, talvez até um pouco confuso e a trama principal demora pelo menos quatro episódios para engatar. Ainda assim, vale a pena a espera. Os personagens são bem construídos e evoluem, cada um à sua medida, e a trama te envolve profundamente. Sem sombra de dúvida, a química e o entrosamento do elenco explicam em grande parte porque Vincenzo nos prende tanto – bom, pelo menos até o episódio 17, e no máximo até ele.
O que aconteceu a partir do episódio 18??? Mais especificamente, nos dois últimos episódios? É uma quebra nítida no ritmo da narrativa e, principalmente, na qualidade do texto. Arcos inteiros de desenvolvimento de personagem jogados no lixo, sem mais nem menos! Cito alguns dos problemas mais graves, a meu ver:
1) O drama entregou resoluções fracas para a maior parte dos arcos. Simplesmente matar todo mundo? Faltou a explosividade e a intensidade que vigorou em momentos chaves do drama. Foi broxante ver o que fizeram com o vilão, ficou bobo e genérico, sem motivação a não ser um mal puro e simples. Cadê os jogos mentais, as trapaças, as reviravoltas? E o irmão do vilão? Literalmente o personagem que mais cresceu ao longo do drama, morreu e foi esquecido na cena seguinte, como se nunca tivesse existido. Patético e desnecessário. Um potencial desperdiçado de se desenvolver uma história na linha Abel e Caim, e aqui tanto a morte do vilão quanto a do irmão ganhariam mais significados e tonalidades.
2) O que foram esses inúmeros furos de roteiro??? Como a esposa do sr. Lee da loja de penhores se envolveu numa briga estando grávida??? No final, todos os moradores do prédio se esqueceram do ouro do dia pra noite???? Além disso, a primeira cena do drama foi o prédio sendo demolido, os roteiristas resolveram fingir que isso não aconteceu????
3) Por favor, alguém me explica o que fizeram com a Chayoung???? De personagem principal forte e empoderada, virou coadjuvante à espera de um resgate. Toda aquela cena do sequestro, que clichê horroroso! Chayoung sem nenhuma agência, apenas aceitando o que fazem com ela (tanto o vilão quanto Vincenzo)... Terrível e decepcionante! Fiquei muito triste com o total apagamento da personagem nos últimos episódios, tanto em tempo de cena quanto em qualidade de diálogos.
4) Esse ponto na verdade se aplica a todo o drama: o fato de Vincenzo ser da máfia italiana é muito mal explorado. A máfia acaba sendo muito estereotipada e até mesmo caricaturizada. Vincenzo está longe de ser um drama problemático com relação à uso de elementos de outra cultura como ocorreu em outras produções recentes, mas há algumas escolhas questionáveis. Eu prefiro enxergar esse drama mais como uma homenagem aos filmes de máfia do que como uma referência à máfia em si; inclusive, isso casa mais com o tom de comédia "politicamente incorreta" em alguns momentos.
Mesmo assim, foi um drama que valeu a pena. Me diverti e me envolvi bastante. Fico triste apenas com esse final que, a meu ver, foi bem destoante do restante da produção. Acredito que 20 episódios foi coisa demais, em 16 tudo poderia ser resolvido sem colocar em risco a destruição de pontos de narrativa e arcos de personagens.
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Acompanhei esse drama assistindo a dois episódios por semana e achei esse ritmo ideal; acredito que esse não é um roteiro que segura uma maratona desenfreada (pode acabar sendo monótono para quem quer assistir tudo de uma vez). Ele é perfeito pra ser aquela pequena dose semanal de "quentinho no coração". A trilha sonora animadinha colabora bastante pra construir essa atmosfera confortável.
Bom, e pra quem é fã de Pousando no Amor, esse drama é um presente! Primeiro por ter a Seo Ji Hye mais uma vez na nossa frente e muito bem valorizada com um personagem e texto bem construídos. Além disso, Dinner Mate tem dois excelentes momentos de referência à Pousando no Amor; um logo no primeiro episódio, e uma outra cena que me arrancou muitas risadas e trouxe uma nostalgia gostosa.
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Essa é a minha primeira resenha, e infelizmente vou contradizer a grande maioria dos comentários sobre A Fada do Levantamento de Peso. Eu entendo os motivos pelos quais esse dorama é tão bem falado e recomendado. A história é leve, descontraída e confortável de acompanhar. A química entre os protagonistas é gigantesca (nem fiquei tão surpreendida ao descobrir que os atores formaram um casal também na vida real), o casal é super fofo e fiquei com o coração quentinho na maior parte das cenas entre eles a partir do episódio 11. E é aqui que eu introduzo a minha crítica levemente negativa: eu só consegui torcer pelo casal depois de ter assistido mais da metade dos episódios. Explico o porquê: eu não consigo, de jeito nenhum, passar pano para a gordofobia que esse dorama fomenta. Eu entendo que a conscientização sobre gordofobia é algo extremamente atual e mais perceptível na cultura ocidental. Ainda assim, acho extremamente problemático que em uma produção de 2016 (!) a aproximação do casal principal se dê, fundamentalmente, a partir de brincadeiras e bullying sobre o peso da protagonista. Eu resolvi dar um desconto e continuar acompanhando a história por alguns motivos. Primeiro, o dorama consegue transformar a protagonista em "mocinha levemente empoderada" justamente a partir da superação dos problemas sobre seu peso e falta de feminilidade. Segundo, com a trama do médico e das ginastas, o drama tratou (superficialmente) de outros problemas de imagem e até distúrbios alimentares que afetam as atletas, mostrando mais efeitos negativos da gordofobia. Por fim, o "mocinho" acabou se transformando em um namorado extremamente fofo e atencioso na metade do dorama, abandonando (em partes) o papel do bully brincalhão de tira sarro do peso da protagonista.
Seguindo a pauta de assuntos importantes tratados com superficialidade, vem a trama do episódio depressivo enfrentado pela personagem principal (e por outros personagens também). Um tema tão relevante foi tratado apenas como uma "fase" na vida dos personagens. Além disso, o drama passa a impressão que essa doença pode ser tratada com um emprego diferente (no caso da protagonista).
Ainda assim, com todos esses "poréns", assistir A Fada do Levantamento de Peso foi uma experiência positiva e até divertida. Um drama leve, com pouquíssima rivalidade feminina, relacionamentos relativamente saudáveis e histórias de amizades super bacanas. Evidentemente, eu só recomendaria esse dorama deixando clara a superficialidade que temas profundos foram tratados. E sim, eu sei que essa é uma comédia romântica, mas isso não impede que determinados assuntos sejam abordados com mais seriedade, principalmente tratando-se de um drama de 2016.
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