This review may contain spoilers
Quem me conhece sabe que eu sou, normalmente, bem fácil de se agradar quando o assunto é romance e, especialmente, romance homossexual. Eu tenho uma tendência a não ser muito exigente com esse gênero, por buscar sempre compreender a falta de recursos no continente asiático para a produção de programas homossexuais e, mesmo assim, foi impossível dar uma nota acima de três para essa série (apesar de eu ter me esforçado muito em encontrar os pontos positivos).
É impossível ignorar a quantidade quase assustadora de falhas e problemas nessa produção, começando com a pobreza medíocre da cronologia da história. Já nos onze minutos iniciais do primeiro episódio acontece um beijo que não faz o menor sentido entre os protagonistas e, no segundo episódio, há uma busca quase vergonhosa do Hai Qing pelo Yan Fei. Depois disso, eles simplesmente esquecem um do outro e não se encontram até o sexto episódio. Nesse meio tempo, uma série de acontecimentos insignificantes ocorrem como que para preencher episódios igualmente inúteis. Melodramas, tragédias e diálogos que são difíceis de entender a influência deles para o enredo da história. Depois de trezentos episódios sem nem pensarem um no outro, o reencontro do Hai Qing e do Yan Fei é bizarro, onde eles se beijam de novo sem contexto algum e falam sobre “terem sentido a falta um do outro” e sobre o “amor” que existe entre eles, sendo que em momento algum houve uma demonstração de que eles pensavam um no outro nesse período de mais de um ano em que estiveram separados, salvo eventuais desenhos que o Hai Qing fez da cara do Yan Fei de uma forma bem mixuruca.
Depois do reencontro, o relacionamento dos dois sofre um salto gigantesco sem pretexto algum, onde eles aparecem em viagens que ninguém sabe como aconteceram, com noites passadas longe das outras pessoas que ninguém sabe o que eles fizeram pros outros não notarem o sumiço no trabalho e na faculdade e, nessa loucura sem sentido que acontece em três/quatro capítulos, acontece diálogos extremamente pobres com duas ou três frases trocadas entre os protagonistas de forma que você não consegue entender nem o motivo de eles estarem apaixonados um pelo outro já que a interação entre eles é praticamente zero se não fosse a carnal/sexual.
Resumindo, no 1-2 episódio há acontecimentos apressados que você só consegue pensar “quê?” e já se prepara psicologicamente pra tudo acontecer super rápido, aí até o 6-7 episódio não acontece NADA além do início de um relacionamento que só vai servir pra você sentir nojo do Hai Qing, então há um reencontro bizarro entre os protagonistas onde eles se pegam DO NADA e já falam sobre o amor que existe entre eles (amor que poderia ter sido explorado em todos os outros episódios que foram usados para mostrar um avô com Alzheimer e um chifrudo que se fazia de vítima, mas era igualmente traíra) e você só consegue pensar “QUE QUE TÁ ACONTECENDO, MERMÃO?”. E então, depois do reencontro, mais 3-4 episódios são jogados no lixo para focar em uma pegação nosense (onde o Hai Qing estava sempre com aquela cara de paspalhão como se nem ele soubesse o que estava fazendo ali — se nem ele sabe, imagina a gente) e em uma relação que se desenvolveu do nada, com apenas uma ou outra frase trocada entre os protagonistas que você nem sequer presenciou o momento em que se transformaram em um casal.
A atuação dos personagens deixou muito a desejar também, mas eu tento ser mais compreensiva e pensar que a culpa maior foi do trabalho mal-feito do roteirista e do produtor, do que da falta de capacidade dos atores.
Só que, lógico, isso falando apenas da parte técnica, porque também existiu um desconforto muito grande em assistir uma história que vai quase completamente contra os meus valores pessoais. Uma traição sem fim entre o Yan Fei e o namorado dele, que sentavam na mesa no final do dia apontando o dedo um para o outro de forma hipócrita e irritante, erros grotescos que um cometia com o outro e depois quase se ajoelhavam chorando e pedindo por perdão, o Hai Qing sendo um escroto constante com o namorado que fazia de tudo por ele, um melhor amigo que ficava animado e apoiava a traição, mentiras e adultério que quase não tinham fim e sem mencionar as brigas de casal que aconteciam SEM MOTIVO ALGUM.
Um dos piores episódios para se assistir de acordo com os MEUS valores pessoais foi, provavelmente, o nono. O Pin Jun flagra o Hai Qing dentro do carro com o amante, tenta enfrentá-lo por estar sendo traído na cara dura, é obrigado a ouvir o Hai Qing admitir que já está saindo com o Yan Fei há algum tempo, que ama os dois e “ainda não se decidiu”, em seguida a cena é cortada para o Pin Jun (DO NADA) chorando e pedindo perdão (pelo quê? Ninguém sabe), enquanto o Hai Qing tá fazendo um cu doce do caralho no canto como se ELE É QUE TIVESSE QUE PERDOAR ALGUMA COISA. Então, no dia seguinte o Pin Jun liga para ele perguntando se já havia sido perdoado e o cu sujo do Hai Qing nem responde (!!), como se a princesinha realmente tivesse algum motivo para estar brava. Relacionamento abusivo pra cima de mim? Hoje não, meu bem.
Enfim, meu orgulho e minha esperança por uma melhora fizeram com que eu assistisse até o final, isso (é claro) adicionado à muito tempo livre que eu, infelizmente, poderia ter gastado com algo que valesse a pena assistir.
Meus três pontos vão para (1) os beijos, que ao menos foram bem encenados, (2) o avô fofo do Hai Qing e (3) a reação do pai do Hai Qing ao vê-lo na cama com o Pin Jun, que foi melhor do que eu esperava (apesar de ser incoerente considerando o drama gigantesco que ele fez por vários episódios porque o Hai Qing queria estudar em uma faculdade de Artes, mostrando que o roteirista e o produtor falharam novamente ao tirarem o drama de um assunto que faria sentido aparecer e terem colocado em outras cenas que tratavam de assuntos bem mais fracos).
É impossível ignorar a quantidade quase assustadora de falhas e problemas nessa produção, começando com a pobreza medíocre da cronologia da história. Já nos onze minutos iniciais do primeiro episódio acontece um beijo que não faz o menor sentido entre os protagonistas e, no segundo episódio, há uma busca quase vergonhosa do Hai Qing pelo Yan Fei. Depois disso, eles simplesmente esquecem um do outro e não se encontram até o sexto episódio. Nesse meio tempo, uma série de acontecimentos insignificantes ocorrem como que para preencher episódios igualmente inúteis. Melodramas, tragédias e diálogos que são difíceis de entender a influência deles para o enredo da história. Depois de trezentos episódios sem nem pensarem um no outro, o reencontro do Hai Qing e do Yan Fei é bizarro, onde eles se beijam de novo sem contexto algum e falam sobre “terem sentido a falta um do outro” e sobre o “amor” que existe entre eles, sendo que em momento algum houve uma demonstração de que eles pensavam um no outro nesse período de mais de um ano em que estiveram separados, salvo eventuais desenhos que o Hai Qing fez da cara do Yan Fei de uma forma bem mixuruca.
Depois do reencontro, o relacionamento dos dois sofre um salto gigantesco sem pretexto algum, onde eles aparecem em viagens que ninguém sabe como aconteceram, com noites passadas longe das outras pessoas que ninguém sabe o que eles fizeram pros outros não notarem o sumiço no trabalho e na faculdade e, nessa loucura sem sentido que acontece em três/quatro capítulos, acontece diálogos extremamente pobres com duas ou três frases trocadas entre os protagonistas de forma que você não consegue entender nem o motivo de eles estarem apaixonados um pelo outro já que a interação entre eles é praticamente zero se não fosse a carnal/sexual.
Resumindo, no 1-2 episódio há acontecimentos apressados que você só consegue pensar “quê?” e já se prepara psicologicamente pra tudo acontecer super rápido, aí até o 6-7 episódio não acontece NADA além do início de um relacionamento que só vai servir pra você sentir nojo do Hai Qing, então há um reencontro bizarro entre os protagonistas onde eles se pegam DO NADA e já falam sobre o amor que existe entre eles (amor que poderia ter sido explorado em todos os outros episódios que foram usados para mostrar um avô com Alzheimer e um chifrudo que se fazia de vítima, mas era igualmente traíra) e você só consegue pensar “QUE QUE TÁ ACONTECENDO, MERMÃO?”. E então, depois do reencontro, mais 3-4 episódios são jogados no lixo para focar em uma pegação nosense (onde o Hai Qing estava sempre com aquela cara de paspalhão como se nem ele soubesse o que estava fazendo ali — se nem ele sabe, imagina a gente) e em uma relação que se desenvolveu do nada, com apenas uma ou outra frase trocada entre os protagonistas que você nem sequer presenciou o momento em que se transformaram em um casal.
A atuação dos personagens deixou muito a desejar também, mas eu tento ser mais compreensiva e pensar que a culpa maior foi do trabalho mal-feito do roteirista e do produtor, do que da falta de capacidade dos atores.
Só que, lógico, isso falando apenas da parte técnica, porque também existiu um desconforto muito grande em assistir uma história que vai quase completamente contra os meus valores pessoais. Uma traição sem fim entre o Yan Fei e o namorado dele, que sentavam na mesa no final do dia apontando o dedo um para o outro de forma hipócrita e irritante, erros grotescos que um cometia com o outro e depois quase se ajoelhavam chorando e pedindo por perdão, o Hai Qing sendo um escroto constante com o namorado que fazia de tudo por ele, um melhor amigo que ficava animado e apoiava a traição, mentiras e adultério que quase não tinham fim e sem mencionar as brigas de casal que aconteciam SEM MOTIVO ALGUM.
Um dos piores episódios para se assistir de acordo com os MEUS valores pessoais foi, provavelmente, o nono. O Pin Jun flagra o Hai Qing dentro do carro com o amante, tenta enfrentá-lo por estar sendo traído na cara dura, é obrigado a ouvir o Hai Qing admitir que já está saindo com o Yan Fei há algum tempo, que ama os dois e “ainda não se decidiu”, em seguida a cena é cortada para o Pin Jun (DO NADA) chorando e pedindo perdão (pelo quê? Ninguém sabe), enquanto o Hai Qing tá fazendo um cu doce do caralho no canto como se ELE É QUE TIVESSE QUE PERDOAR ALGUMA COISA. Então, no dia seguinte o Pin Jun liga para ele perguntando se já havia sido perdoado e o cu sujo do Hai Qing nem responde (!!), como se a princesinha realmente tivesse algum motivo para estar brava. Relacionamento abusivo pra cima de mim? Hoje não, meu bem.
Enfim, meu orgulho e minha esperança por uma melhora fizeram com que eu assistisse até o final, isso (é claro) adicionado à muito tempo livre que eu, infelizmente, poderia ter gastado com algo que valesse a pena assistir.
Meus três pontos vão para (1) os beijos, que ao menos foram bem encenados, (2) o avô fofo do Hai Qing e (3) a reação do pai do Hai Qing ao vê-lo na cama com o Pin Jun, que foi melhor do que eu esperava (apesar de ser incoerente considerando o drama gigantesco que ele fez por vários episódios porque o Hai Qing queria estudar em uma faculdade de Artes, mostrando que o roteirista e o produtor falharam novamente ao tirarem o drama de um assunto que faria sentido aparecer e terem colocado em outras cenas que tratavam de assuntos bem mais fracos).
Was this review helpful to you?